A molécula de ADN garante a preservação da informação genética, fornecendo a cada célula do organismo uma cópia, normalmente sem imperfeições, das instruções que a célula-mãe possuía. Mas como é que essa informação se expressa tornando efectiva?
Grande parte dessa informação é utilizada para sintetizar proteínas. As enzimas, que são casos especiais de proteínas, têm capacidade de regular o metabolismo do organismo.
Para que essa síntese ocorra é estritamente necessário que a informação genética contida na molécula de ADN, sofra transcrição.
De seguida a informação será utilizada pela célula para formar proteínas, num processo que se denomina por tradução.
De acordo com Watson e Crick chama-se gene aos segmentos de ADN que contém informação para sintetizar uma determinada proteína. Cada gene pode ser constituído por milhares de nucleótidos.
Ao conjunto de genes que existem num indivíduo dá-se o nome de genoma. O genoma representa a totalidade de informação genética existente num ser vivo.
As moléculas de ADN e as proteínas são constituídos por monómeros. No caso do ADN (ácidos nucleicos) já referimos que são os nucleótidos, enquanto nas proteínas são os aminoácidos.
No caso dos ácidos nucleicos existem apenas quatro monómeros diferentes, enquanto existem cerca de vinte unidades básicas diferentes de aminoácidos. A grande diversidade de proteínas existentes resulta do número e sequências de aminoácidos.
Para os biólogos que estudavam as moléculas de ADN era óbvio que o código genético resultava de uma sequência de nucleótidos e que esta, por sua vez, tinha correspondência com a sequência de aminoácidos. Mas faltava saber quantos nucleótidos eram necessários para codificar um aminoácido. Após algumas investigações e cálculos chegou-se á conclusão que na cadeia polinucleotídica de ADN, um conjunto de 3 nucleótidos corresponde a um aminoácido: são os tripletos. Mas porquê 3 nucleótidos? Sabendo de antemão que existem 20 aminoácidos diferentes sendo, por isso, de esperar que existam pelo menos 20 combinações de nucleótidos diferentes para que cada combinação codifique um aminoácido diferente. Se supusermos que cada nucleótido codifica um aminoácido, facilmente compreendemos que tal seria impossível porque apenas existem 4 nucleótidos. Se escolhermos uma combinação de 2 nucleótidos obteríamos um conjunto de 16 combinações diferentes, ainda insuficiente para os 20 aminoácidos que a célula produz. Contudo, se supusermos que são necessárias combinações de 3 nucleótidos de ADN para codificar um aminoácido, obtemos um universo de 64 combinações possíveis; mais do que o suficiente para os 20 aminoácidos existentes.
Foram desenvolvidas diversas experiências por parte de investigadores como Nirenberg e Khorana que permitiam concluir que diferentes combinações de tripletos permitem codificar diferentes aminoácidos. Por outro lado permitiram confirmar que o código genético está escrito de forma sequencial e que na teoria a sua leitura pode começar em qualquer local.
O facto de uma sequência de três nucleótidos do ARNm codificar um aminoácido, conduziu à designação de codão. Cada codão resulta de um tripleto de nucleótidos, a que alguns autores dão a designação de codogene.
Trabalhos desenvolvidos posteriormente conduziram à identificação de um outro ARN- o ARNt. Este ARNt é o responsável pelo transporte de um determinado aminoácido para o local onde ocorre a síntese proteica, os ribossomas.
Desta forma, confirmava-se que as ideias de Watson e Crick estavam correctas quanto à forma como se realizava a síntese proteica. A informação contida no ADN é transcrita para o ARNm, que por sua vez vai ser traduzida para linguagem proteica através da intervenção dos ribossomas e do ARNt.
No final da década de 60 do século XX, o código genético estava totalmente decifrado e as suas principais características identificadas.
O código genético apresenta as seguintes características:
- Cada aminoácido é codificado por um tripleto denominado codão.
- O tripleto AUG tem função dupla, isto é, além de codificar o aminoácido da metionina, constitui o codão de iniciação da síntese proteica.
- Os tripletos UAA, UAG e UGA são codões de finalização, ou seja, quando surgem dá-se o fim da síntese proteica.
- O código genético é redundante, isto é, existe mais do que um codão para codificar um aminoácido. Este fenómeno é classificado por degenerescência do código genético.
- O terceiro nucleótido de cada codão é menos específico que os dois primeiros. Por exemplo, a glicina pode ser codificada pelos codões GGU, GGC, GGA e GGG.
- O código genético não é ambíguo, ou seja, um determinado codão não codifica dois aminoácidos diferentes.
- Geralmente, o código genético é universal, isto é, um determinado codão tem o mesmo significado para a maioria dos organismos.
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/AcNucleico6.php
As Cientistas Malucas sempre a investigar e a publicar (:
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